Setembro Verde é o mês dedicado a dar visibilidade à inclusão social da pessoa com deficiência e hoje, 21/09, é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Essa data foi criada para conscientizar a população de que as pessoas com deficiência devem ter seus direitos respeitados. E para fomentar ainda mais o debate, o bate papo de hoje é com o Elves Coutinho:
As diferenças entre os seres humanos geram uma diversidade de experiências e conhecimentos que podem fortalecer muito a marca e os resultados de qualquer empresa.
Mas até que ponto a falta conhecimento sobre como lidar com esta diversidade, torna nossas empresas engessadas, presas a um modelo mental e excludentes (para não dizer preconceituosas)?
Por isso, falar sobre inclusão é cada vez mais necessário.
Vamos conhecer um pouco do ponto de vista do Elves Coutinho:
O Elves tem 42 anos de idade, é graduado em Ciência da Computação, possui especialização em Power BI e está cursando Pós-Graduação em Gestão de Projetos. Já trabalhou em grandes empresas de tecnologia e multinacionais, sempre atuando na área de suporte interno e externo. Ele possui deficiência visual monocular, que limita a sua visão de profundidade e periférica. Porém, as empresas que o contratam, não precisam fazer qualquer tipo de adaptação para que ele possa realizar as suas atividades.
No currículo do Elves, consta a seguinte observação “concorro a vagas destinadas a PCD: CID H33.1 / H33.4 / H54.4”. Questionei se essa informação no currículo ajuda ou o atrapalha para conseguir uma vaga e ele comenta que:
“Para cargos operacionais ou de analista abre portas o fato de estar no currículo o CID de PCD. Já para cargos gerenciais e coordenação nem sou chamado e a disparidade de salário é evidente. A percepção é que as empresas contratam por obrigação.
Não podemos culpar as empresas, afinal estas são formadas por pessoas. Entre os colegas de trabalho, é quase rotina ouvir frases como “qual tua deficiência tu é normal?” ou brincadeiras do tipo “e aí pirata”.
Cabe a cada um nós ser o mais inclusivo possível. Empatia não é apenas uma palavra bonita e forte para se falar. É uma ação necessária para melhorar o ambiente de trabalho, buscar inovação e obter melhores resultados.”
Para finalizar, o Elves deixa o seguinte recado:
“As empresas deveriam buscar mais profissionais PCD, pois o pessoal tem muito potencial. As pessoas com deficiência desenvolvem competências diferenciadas e executam as mesmas práticas que pessoas sem deficiência.
Gostaria muito de saber que as empresas contratam PCD, pela qualificação, experiência, formação e habilidades e não apenas pra cumprir cotas”