Mulheres que fizeram e fazem história na Ciência brasileira

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No dia 22 de dezembro de 2015, foi estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas que todos os anos, no dia 11 de fevereiro, seria comemorado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.

Essa data é extremamente importante para promover, apoiar e, principalmente, trazer maior igualdade de gênero dentro do âmbito científico, que, assim como na tecnologia, também possui predominância masculina. De acordo com dados da UNESCO, as mulheres representam apenas 33,3% dos cientistas de todo o mundo.

Já aqui no Brasil, de acordo com o CNPq, representam 43,7% dos pesquisadores, e esse número vem crescendo nos últimos anos. Esses indicadores são baixos e são menores ainda quando tratamos de mulheres cientistas em cargos de liderança. Por isso, nada mais justo do que ter uma data voltada para esse incentivo de trazer cada vez mais o público feminino para a ciência.

E para comemorar o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, viemos trazer 12 notáveis personalidades que fizeram e fazem história na ciência do nosso país.

Manoela Morais:

Natural da Bahia, formada em Engenharia Química e conhecida como a CEO da Agrolly, startup premiada internacionalmente pela IBM, está entre as 40 líderes (e única brasileira) em Inteligência Artificial do mundo. Seu grande feito é um aplicativo para a previsão do tempo, auxiliando o ramo da agricultura a ter melhores condições de plantio e prever peculiaridades advindas do clima.

Camila Fernandez Achutti:

Empreendedora e formada em Engenharia da Computação, é voz ativa nas pautas de igualdade de gênero e inclusão de mulheres na ciência e tecnologia. Também atuando como palestrante e influenciadora digital, tem como maior contribuição o seu blog “Mulheres na Computação”, criando diversos conteúdos relacionados à diversidade dentro da área.

Mariana Vasconcelos:

Fundadora da Agrosmart, empresa voltada para a gestão de fazendas e agricultura, mergulhou de cabeça dentro da IoT (Internet das Coisas) para trazer os melhores resultados aos produtores. Hoje seu trabalho é fundamental para uma agricultura de precisão e conservação de recursos naturais.

Elisa Frota Pessoa:

Sendo uma das primeiras mulheres a se formar em Física no Brasil, destacou-se nos estudos sobre radioatividade, participando ativamente na fundação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, além de coordenar o Laboratório de Emulsões Nucleares.

Enedina Alves Marques:

Formada em Engenharia Civil pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), foi a primeira mulher negra engenheira do Brasil. Foi professora, chefe de obras públicas e no desenvolvimento do Plano Hidrelétrico do Paraná. Muitos dizem que, para ter respeito e atenção entre os homens, ela andava com uma arma na cintura e dava tiros para o alto.

Márcia Barbosa:

Conhecida como a Diretora da Academia Brasileira de Ciências e integrante da Academia Mundial de Ciências, é doutora em física e se destaca por seus diversos estudos relacionados à água. Professora e pesquisadora do Instituto de Física da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), foi eleita em 2020 como uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil pela Forbes.

Elza Furtado Gomide:

Formada em Física, porém decidiu seguir os passos do pai e se dedicar à matemática, tornando-se assim a primeira doutoranda em Matemática pela USP (Universidade de São Paulo). Eleita como a chefe do Departamento de Matemática da USP, lecionou de 1945 a 1995.

Sonia Guimarães:

Nascida em Brotas, no interior de São Paulo, é conhecida como a primeira mulher negra a se tornar doutora em Física e lecionar no ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica). Quando se tornou professora no ITA em 1993, o local nem sequer aceitava alunas mulheres. Além do seu doutorado em Física, realizou seu mestrado em Física Aplicada na USP e outro doutorado em Materiais Eletrônicos na Inglaterra. No mais, Sonia também é uma grande ativista na luta contra o racismo e discriminação de gênero.

Jaqueline Goes e Ester Sabino:

Jaqueline Goes, biomédica, e Ester Sabino, imunologista, ficaram conhecidas como as brasileiras responsáveis por sequenciar o genoma da Covid-19 apenas 24 horas após a primeira confirmação do primeiro caso da doença. Ambas são importantes pesquisadoras, sendo Jaqueline atuante na área de arboviroses emergentes, além de fazer parte do projeto de mapeamento genômico do vírus Zika, e Ester atuante no Laboratório de Parasitologia Médica, trabalhando com doenças como: HIV, doença de Chagas e anemia falciforme.

Vivian Miranda:

Única brasileira a trabalhar em um projeto da NASA voltado para o desenvolvimento de um satélite avaliado em US$3,5 bilhões, que será lançado em 2025 para a captura de imagens do espaço (previsão de ficar durante 5 anos em órbita). Graduada em física pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), foi aos Estados Unidos para realizar seu doutorado em Astronomia e pós-doutorado em Astrofísica na Universidade do Arizona, sendo a primeira transexual a concluir o curso.

Roberta Duarte:

Astrofísica e autora da tese “Previsão das condições atmosféricas de um buraco negro com aprendizado de máquina: um estudo piloto”, tem juntado em seus estudos a Física e a Ciência da Computação, onde, com o auxílio da Inteligência Artificial, simula buracos negros para auxiliar na compreensão dos mesmos.