Bate-papo com Daiane dos Santos: Pódio, Representatividade e Inspiração

Felizmente está cada vez mais comum enxergarmos pessoas pretas em lugares de grande influência na sociedade, seja na televisão, cargos de lideranças nas empresas, em programas que visam inserir essas pessoas no mercado de trabalho da tecnologia, por exemplo. 

Sabemos que ainda temos um árduo caminho a seguir, e que vamos precisar não só das figuras atuais para percorrer este trajeto mas, de pessoas que alcançaram o pódio e que mesmo assim ainda buscam trazer oportunidades aos seus iguais. 

No ano que completa 20 anos de sua primeira medalha de ouro no Campeonato Mundial de Ginástica Artística, Daiane dos Santos veio a sua terra natal, Porto Alegre, conversar com os jovens do Instituto Caldeira

Durante a conversa era possível perceber o singelo olhar de admiração daqueles que estavam presentes naquela manhã de segunda-feira, ansiosos para saber mais sobre a vida de um atleta, suas dificuldades, a luta contra o racismo dentro de um esporte elitista, a ginástica, e o mais importante, como poderiam alcançar o sucesso em suas carreiras. 

A atleta de 40 anos trouxe pontos importantes sobre o combate contra o racismo, relatando que o alicerce de sua vida foi a sua família, sem este apoio o caminho fica ainda mais difícil de percorrer. Sabemos que no fim deu tudo certo, o que torna o sabor de presenciar a fala da atleta especial.

Sabemos que o amor pode mover barreiras, e entre uma fala e outra, Daiane sempre trazia este sentimento, como se fosse um dos ingredientes para ter sucesso na sua carreira. É interessante levantar que alcançar o sucesso não tem nada a  ver com se tornar alguém famoso, mas sim ter a sensação de que está fazendo algo, chegar ao pódio em sua carreira vai além de apenas receber uma alta remuneração e um tapinha nas costas. 

Nessa constante luta, um dos objetivos é ser exemplo, porém isto vai além de alçar vôos altos, devemos entender que é algo que vem da nossa raiz, somos referência a alguém da nossa família por exemplo, um afilhado, uma sobrinha, algum primo ou prima. É isso que nos traz motivação para seguir em frente dia após dia. 

Assim como a ginástica, temos um árduo caminho para percorrer até finalmente chegar no pódio, mas devemos aproveitar as experiências deste trajeto, buscando sempre dar o nosso melhor independente das dificuldades que irão aparecer. 

Após ouvir a Daiane dos Santos senti mais uma vez que posso sim fazer a diferença, saí inspirado para não só ser um exemplo, mas para ajudar outras pessoas a ocupar o pódio junto a mim, gás este que faz diferença no nosso dia a dia.

Autor: Nathanael Sejabe