Qual o futuro do recrutamento e seleção no Brasil?

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Este é um momento bem desafiador para os recrutadores e com base na pesquisa realizada pelo Linkedin com mais de 1.600 profissionais de recrutamento, vamos te mostrar os principais insights sobre o futuro do recrutamento e seleção no Brasil. 

As duas prioridades que mais cresceram entre os profissionais no ano passado foram “ter clareza sobre os objetivos da liderança” e “oportunidade de adquirir novas competências”. Além disso, a melhor maneira de atrair talentos da geração Z é promovendo valores e diversidade. Vamos lá? 

Recrutadores terão mais influência sobre as remunerações

Inflação crescente, salários estagnados e mercado competitivo. Por outro lado, os profissionais no Brasil destacam a remuneração como a prioridade na decisão por um novo trabalho. Alguém vai ter que ceder, certo? 

O ciclo de feedbacks entre recrutadores e gestores (demandantes das vagas) sobre remuneração precisa ser mais ágil do que nunca. Cada vez ganha mais força a transparência na remuneração e esses ciclos podem ser cruciais para a empresa estar sempre alinhada a expectativa salarial dos profissionais diminuindo seu turnover gerando uma cultura mais forte entre seus colaboradores.

Ao mesmo tempo, o recrutador que consegue passar clareza nos projetos no qual o profissional vai atuar, tem mais chance de atrair o talento e chegar numa negociação de valor que atenda ambos os lados. 

Obs: até pouco atrás, os recrutadores sentiam orgulho quando conseguiam contratar alguém com valor abaixo do orçamento previsto. Atualmente, isso não faz mais sentido, sabendo-se que o profissional pode deixar a empresa a qualquer momento ao saber desta informação.


As empresas serão mais atentas às prioridades dos candidatos

O mercado de trabalho permanece competitivo e os candidatos terão vantagem pelos próximos cinco anos pelo menos ao pensarmos na relação VAGAS versus CANDIDATOS. Desta forma, as empresas precisam estar atentas às prioridades dos profissionais. O linkedin divulga todo mês uma pesquisa com mais de 20 mil profissionais sobre as suas prioridades. 

Dê uma olhada nas prioridades dos candidatos no Brasil: 

  • REMUNERAÇÃO 64%
  • EQUILÍBRIO ENTRE VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL 63%
  • CONDIÇÕES DE TRABALHO FLEXÍVEIS 44%

Prioridades cuja importância aumentou mais rapidamente no Brasil: 

  • METAS CLARAS DA LIDERANÇA SÊNIOR 15%
  • OPORTUNIDADE DE APRENDER NOVAS COMPETÊNCIAS 12%
  • OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO NA CARREIRA 11%

Os profissionais da GERAÇÃO Z (nascidos após 1996), que já são maioria na força de trabalho, vão recompensar marcas empregadoras que valorizam o desenvolvimento e a diversidade. Diferente da GERAÇÃO X, a GERAÇÃO Z não vive para trabalhar e não tolera salários injustos.

Os líderes vão reconhecer o valor dos talentos internos

Com o aumento da inflação, cada vez mais será vantajoso fechar as vagas promovendo talentos internos. Essa mobilidade interna garante maior engajamento da equipe e retenção de talentos. Além disso, também baixam os custos com novas contratações.

E o papel dos recrutadores nesta mobilidade será fundamental, pois são eles que sabem como selecionar, avaliar e engajar os candidatos. Segundo a pesquisa do Linkedin de janeiro de 2023, os profissionais permanecem 66% mais tempo nas empresas que possuem mobilidade interna. 

A capacitação e aprendizagem será um impulsionador atrativo para os candidatos e não apenas para os funcionários. Os candidatos têm feito perguntas como “poderei desenvolver novas competências nesta empresa” e “receberei apoio para me desenvolver mesmo ficando pouco tempo na empresa”? 

Além de serem mandatórias para o engajamento e a retenção de funcionários atuais, a cultura de aprendizagem e a mobilidade interna serão fundamentais para garantir o sucesso das iniciativas de recrutamento.

Conclusão

Se olharmos cada um dos três tópicos acima, vamos ver que todos dependem exclusivamente de ações e políticas internas construídas pelas pessoas do time. Os recrutadores têm papel fundamental na construção destes cenários que facilitam o processo de contratação. Porém, é preciso que a alta gestão da empresa esteja aberta ao novo, às mudanças necessárias e ações diferentes da forma “que sempre funcionou”.

Gostou desse artigo sobre o futuro do recrutamento e seleção no Brasil? Então aproveita a oportunidade e confira outros textos que já fizemos sobre o tópico aqui em nosso blog.

AUTOR: André Streppel