MULHERES NA TECNOLOGIA
- A Softex estima que faltam 48 mil profissionais qualificados na área de TI.
- As perdas de receitas em função disso podem somar R$ 115 bilhões até 2020.
Em um espaço claramente dominado por homens, as mulheres deveriam estar recebendo oportunidades para colaborar com o desenvolvimento do mercado.
Continue lendo para ver outros dados interessantes, o que contribui para essa desigualdade, e também projetos que já estão acontecendo para um maior equilíbrio entre homens e mulheres no mercado de trabalho de tecnologia.
Dados de mulheres na tecnologia
Elas representam apenas 20% dos profissionais da área no Brasil. Nos Eua não é muito diferente: 25%.
Desenvolvedoras são apenas 17% do total nos cursos de tecnologia em faculdades. Na USP, o percentual de mulheres desses cursos caiu de 70%, em 1970, para 15% nos dias atuais. E mais:
- Em Ciências da Computação, são 9% são mulheres;
- Sistemas da informação conta com 10%;
- E Engenharia de Computação possui apenas 6%.
Em média, profissionais de TI do sexo feminino possuem grau de instrução maior do que os homens, e mesmo assim ganham cerca de 34% menos do que eles.
Segundo o Standard & Poor’s, só 20% das maiores empresas do mundo têm mulheres em postos de diretoria.
Já na área de inteligência artificial (IA), esse número é ainda menor. De acordo com o Relatório do Fórum Econômico Mundial de 2018, no mundo, apenas 22% dos profissionais de IA são mulheres.
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Como essa realidade pode mudar
Aspectos culturais
Acredito que o maior motivo para que mulheres não procurem cursos voltados para tecnologia está no fator histórico-cultural. Fazia parte da cultura, e ainda é a nossa realidade, que meninas brinquem de casinha e ganhem bonecas, enquanto homens brinquem com jogos de lógica e sejam estimulados a jogar videogame. Escolhi seguir a área de Tecnologia porque sempre me motivei em resolver desafios matemáticos na escola, montar e criar coisas novas. Por isso, na época da escolha, o curso se encaixava perfeitamente com meus gostos. Na minha casa, sempre tive total liberdade de escolha profissional, e isso me incentivou a seguir os meus sonhos.
Camila Kolling Reis, estagiária de Ciência de Dados na Kunumi.
Como você pode ver, a cultura de com quais brinquedos meninos e meninas devem brincar, influencia as suas preferências profissionais no futuro.
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Recrutamento e seleção mais focado em competências e menos em urgência
Precisamos de uma mudança de mindset. Nas seleções e recrutamentos, para começar: não agir pela urgência, e sim pela competência. Há muitas mulheres, estudantes ou já graduadas, competentíssimas na TI. Haja vista o IBGE mostra que as profissionais da área que são do sexo feminino têm grau de instrução mais elevado do que os homens no Brasil.
Madeleine Brigidi, diretora de Relacionamento do SEPRORGS.
Madeleine destaca que características femininas podem se tornar um diferencial, como:
- Atenção aos detalhes
- Criatividade
- Empatia
- Agilidade na solução de problemas
- Capacidade multitarefa
Movimento de mulheres na tecnologia que está mudando esse cenário
A PUCRS promove projetos de engajamento do público feminino na tecnologia. Os workshops do Rails Girl ensina para as meninas “tudo sobre Ruby on Rails”.
Além disso, o womenwhocode.com reúne grupos de estudos sobre:
- Ruby
- Javascript
- iOS
- Android
O Pyladies reúne as “ladies” apaixonadas por Python.
Para aquelas que estão se graduando, mas sentem desmotivação com a área, existe o CodeGirl.
Agora em escala mundial, as mulheres podem procurar eventos do Women Techmakers. Esses encontros possuem o objetivo de compartilhar experiências e incentivar cada vez mais a participação delas.
E para as mulheres que estão pensando em entrar na TI?
Camila Kolling Reis encoraja as mulheres para que façam o que gostem:
Seja o que você quiser ser! E se ainda não souber o que quer, então imagine: como seria se… […] Meu maior conselho para jovens mulheres é que façam o que gostam. Só assim será possível seguir os seus sonhos, independente dos desafios que naturalmente a profissão imporá. A mulher tem características diferentes do homem, e, portanto, pontos de vista diferentes. Quando se unem ambos os gêneros, há um enriquecimento ainda maior para a área.
O que você acha disso?
Nos conte nos comentários quais são as dificuldades que você encontra na área de TI por ser mulher, e como faz para superá-los.
Fonte: SEPRORGS, revista Mercado TI nº 58, edição de junho de 2019.
Alessandra Gonzaga Diretora da Conexão 1E, mestre em Psicologia Clínica e coach de inteligência emocional.
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