Antes de falar sobre DevOps, você conhece o Flickr?
Esse site de hospedagem e compartilhamento de imagens, como fotografias, desenhos e ilustrações, tinha que realizar cerca de 10 novos updates por dia. Entretanto, se você levar em conta os riscos de um lançamento, logo vai perceber que essa intensidade de versões se tornaria insustentável.
Então eles desenvolveram a capacidade de dar conta dessas implementações através da cultura DevOps.
Em 2009, John Allspaw e Paul Hammond fizeram uma palestra chamada “10+ Deploys Per Day: Dev and Ops Cooperation at Flickr“, no evento Velocity. Nela, eles apresentaram os resultados e desafios dessa quantidade de deploys.
Então, continue lendo e veja a nossa conversa com o profissional Renan Matos da Cunha, que atua como especialista de DevOps. Renan trouxe algumas informações bacanas sobre essa nova visão que integra desenvolvimento e operações.
O que é DevOps
DevOps surgiu da união das palavras “desenvolvimento” (development) e “operações” (operations), que simboliza a infraestrutura.
Para explicar seu surgimento, primeiramente você deve entender que muita empresas mantêm de forma equivocada Programadores e Infraestrutura em ilhas isoladas de trabalho.
E o problema disso é que, em geral, essas duas áreas possuem objetivos diferentes. Enquanto operações está preocupada em manter a estrutura funcionando e com o mínimo de instabilidade, o desenvolvimento quer entregar melhores experiências e novas versões ao usuário.
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Então, o DevOps veio para:
- Resolver os gaps de objetivos entre programadores e infraestrutura de TI;
- Aumentar a eficácia;
- E reduzir os riscos da liberação de novas versões de software.
Ao contrário do que alguns profissionais iniciantes podem pensar, DevOps é muito mais um processo do que uma ferramenta. É muito fácil utilizar uma ferramenta, entretanto é extremamente complicado mudar a forma como uma organização pensa e cria seus processos.
Como é o dia a dia de um profissional de DevOps?
Inicialmente, DevOps deve ser encarado nas organização como uma cultura ou um tipo de pensamento, e não como uma única pessoa ou cargo, porque envolve muita interação entre os times de desenvolvimento e infraestrutura de TI.
Se você tentasse se tornar um “profissional completo de DevOps”, deveria ter tantas skills que não conseguiria dar conta. Pois são muitas habilidades e diversas pontas onde atuar.
É por isso que as organizações possuem mais de um profissional responsável por difundir a cultura DevOps, e trazer os benefícios que ela pode propor.
Pela necessidade de tantas skills, a área de DevOps atua com ferramentas de:
- Codificação: desenvolvimento e revisão de código;
- Compilação: integração contínua e compilação;
- Teste: teste contínuo e feedback;
- Pacote: repositório de artefato, etapa de pré-implantação de aplicação;
- Liberação: mudança, aprovações de liberação e automação de liberação;
- Configuração: configuração e gerenciamento de infraestrutura;
- Monitoramento: desempenho de aplicações e experiência do usuário final.
Qual é a importância do DevOps na liberação de novas versões de software?
Você sabe o que é The Last Mile?
Em tradução livre, a última milha, significa o último pedaço de percurso que falta percorrer para fazer a liberação do software. Em muitas empresas, esse é o momento de “perder os cabelos”.
Normalmente, o desenvolvedor manda o pacote para a equipe de infraestrutura que não sabe o que contém ali, mas fica responsável por colocar em um servidor. No fim das contas, são muitas mãos fazendo a mesma tarefa.
A proposta do DevOps é:
- Ajustar o ambiente para se tornar mutável, mas com segurança;
- Facilitar a entrega contínua, ou deploy contínuo;
- E derrubar a cultura de que a infraestrutura está de um lado os devs estão de outro.
No fim das contas, cada lançamento possui menos mudanças, mas ocorrem com maior frequência:
DevOps é um generalista ou especialista?
No bate papo com Renan, ele contou que nunca foi desenvolvedor, entretanto possui certo conhecimento adquirido por estudos. Isso não o impediu de atuar na cultura DevOps da empresa porque, como falei, o time possui profissionais que se complementam.
Isso significa que não é preciso ser especialista em infraestrutura ou em desenvolvimento, mas é preciso ter uma base de conhecimento sólida nas duas áreas (que inclua, por exemplo, lógica de programação e camadas de network).
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DevOps está relacionado com Metodologias Ágeis como o Scrum?
Renan refere que o DevOps nasceu junto do manifesto ágil, mas ao mesmo tempo não vemos ele citado em documentos oficiais como o Scrum Guide. Isso porque o deploy contínuo não exige métodos ágeis para funcionar.
Porém, como esses guias são atualizados, podemos imaginar que o DevOps venha a fazer parte do framework. Pois ele possui alguns princípios parecidos, como a autonomia da equipe.
O Coordenador de Lançamento
Em algumas organizações, existe o papel do Coordenador de Lançamento (ou coordenador de implantação e integração).
Esse profissional é responsável por coordenar em tempo real as atividades de todos os times, ou seja, equilibrar diversos pratos ao mesmo tempo.
Fenômeno Fullstack: o DevOps é possível?
Existem alguns profissionais que acham um pouco exagerada a função do fullstack, tentando encaixar todas as skills de um front-end e de um back-end no mesmo perfil.
O DevOps corre o mesmo risco, porém como Renan nos contou, DevOps não é um profissional, e sim uma equipe encarregada de difundir uma cultura de integração e deploy contínuo, e assim distribuindo melhores as responsabilidades.
Relembrando…
Muito mais do que um profissional, ou uma ferramenta, DevOps é uma cultura de integração entre desenvolvimento e operações (infraestrutura).
Ou seja, seu objetivo é implementar uma cultura de deploy contínuo com muitas entregas, porém poucos riscos em cada uma delas.
Dessa forma, DevOps possui muita familiaridade com metodologias ágeis, porém ainda não faz parte desse framework oficialmente.
Então, Se você quiser saber mais, sugerimos procurar o The Devops Handbook, dos autores Gene Kim, Jez Humble, Patrick Debois e John Willis. Na obra, eles contam estudos de caso e como incentivar a produtividade da TI através da integração dessas áreas.
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